Publicidade

17.11.14

Nada... nada... só o vazio.

Estas modernices de se terem as instituições públicas todas informatizadas, e conectadas em rede é um aborrecimento...

Finalmente, lá conseguimos marcar consultas para os dois (coisa que andávamos a tentar há pelo menos há uns 6 meses). Entregamos os nossos cartões de cidadão para a Sra administrativa proceder à marcação quando, se não quando, olha-me a senhora por cima dos óculos e diz:

"Ahhh!! Tem a vacina do tétano para levar."

E eu, de olhos muito regalados, como quem diz fui apanhada, e a engolir em seco, como quem grita TIREM-ME DAQUI!!!:

"Ah sim?!?!"

"Leva já?!

"Quando? Já? Agora? Mas..."

"Sim, leva leva já." Disse o meu marido com um ar demasiado divertido para o meu gosto.

Bem, nisto lá se marcaram as consultas, lá se pediram umas receitas e lá íamos nós no passeio a caminho do carro, quando ouvimos uma voz vinda da porta do centro de saúde:

"A Dona Andreia vem levar a vacina?"

"AHHH!! Desculpe tinha-me esquecido completamente." A verdade é que me tinha realmente esquecido mas tanto o meu marido, que me perguntou "fizeste de propósito?", e os senhores que esperam na sala de espera, que gritaram, quase em uníssono, "queria fugir ãnhh?!", acharam que eu estava a tentar escapar-me à pica.

A enfermeira depois dizia-me "É melhor assim que não tem tempo para pensar na vacina". Sim, é verdade mas ainda assim prefiro ter tempo para pensar. É um direito de pessoa mariquinhas como eu. 

O direito de sofrer por antecipação, o direito de arranjar mil desculpas para ir adiando por mais uns mesinhos a ida à pica, o direito de quase desmaiar depois de levar a vacina porque andei a sofrer por antecipação largos meses.

Assim, não doeu nada, fiquei bem disposta (ainda fiz um esforço para ver se me dava uma maldisposiçãozita) e nada... nada... só o vazio.

Sem comentários: