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3.4.18

Redes Socias = Termómetro de amizade


Eu sou uma das pessoas que mais gosta da invenção das redes sociais... Sem medos ou vergonha de confessar que gosto de ter os meus 15 minutos de fama sempre à mão (assim como uma compensação pela carreira artística nunca se ter cruzado no meu caminho) e depois porque sou uma assumida cusca... Desde pequenina que me lembro de olhar à noite para as janelas das casas de luz acesa, ver as pessoas, e pensar como seria giro ser uma mosquinha para saber o que acontece em casas que não a minha. Talvez este meu lado queira dizer que devia ter estudado qualquer coisa como Antropologia, já que tenho um fascínio imenso pelas pessoas. Apesar de ser fã das redes sou nos dois sentidos falados equilibrada, ou pelo menos segundo os meus parâmetros sou. As minhas partilhas vão só até àquele patamar logo imediatamente antes do excesso de informação pessoal. Ver-me-ão de biquini mas não de fio dental. Ver-me-ão no lounge do hotel mas não descabelada na cama depois de uma tórrida noite de sexo. Sim, ver-me-ão a escrever umas frases em modo indirecta para algumas pessoas que me rebentam o juízo mas nunca expondo a desgraçada da vítima (que também deve andar farta de me aturar). Ver-me-ão a partilhar fotos, muitasss fotos, dos meus três gatos filhos, talvez um bocadinho até demais mas eles estarão sempre vestidos. Muitas fotos de receitas que crio e outras tantas de comidas que vou comendo por aí. Ver-me-ão numa selfie, em closeup, sorridente no jardim do hospital, mas nunca saberão porque lá fui e nem verão a minha pulseira amarela no pulso com hora de entrada e número de beneficiário. Verão nas minhas redes algumas, poucas, menos do que desejaria, imagens de momentos no ginásio, mas nunca em posição cão de pilates... 

Já a minha outra faceta, a de observadora cusca, também tem um equilíbrio associado. Regra número um - Sigo só quem me dá gozo cuscar, o que é o mesmo que dizer que são pessoas que gosto de coração ou com as quais, ainda que desconhecidas (como as actrizes e assim), me identifico. NUNCA mas nunca sigo pessoas que não gosto só para lhes cuscar ou invejar a vida. Primeiro porque é uma enorme pobreza de espírito fazê-lo e às tantas entramos numa de "esta cabra tem uma vida do caraças e eu aqui"... E de repente, há um dia que olhas para a tua vida e pensas "Mas que merda estou eu para aqui a dizer?! A minha vida é fabulosa!!. Sim, falo de experiência própria... A vantagem de ter começado a usar redes sociais muito cedo é que já me permitiu organizar a forma mais saudável de as utilizar. Já há muito tempo que comecei a varrer perfis indesejados e digo-vos fiquei com a "casa social" muito mais arrumada, limpa e em paz. Sim, sigo poucas pessoas no instagram e o meu feed do facebook tem tão poucas pessoas que parece uma viagem pelo deserto do Sahara. 

Toda esta mega introdução para tocar num assunto um bocadinho delicado mas que já algum tempo que me anda a dar uma vontade de abordar.... Já repararam que as redes sociais são um óptimo termómetro das nossas "amizades"? 



Ora vejam como eu o vejo diariamente e de uma forma muito reduzida:

Ela há os verdadeiros amigos

Aqueles 7 ou 8 que independentemente do que partilhas vão sempre fazer um gosto. Porque te amam de coração, porque te compreendem melhor, porque adoram ver-te feliz, que até podem não gostar muito da ideia que mostres demais as "bimbas" mas que estão sempre lá para ti. São a salvação das nosssa fotos menos gostadas... Com estes ficamos com os gostos mínimos obrigatórios garantidos.

Depois há os amigos que mudam como a nossa senhora de Fátima que adivinha a meteorologia.

São para aí uns 15 que ora fazem gosto 3 dias seguidos ora estão 2 meses sem vos gostarem. São aqueles que gostam da vossa primeira e segunda foto de férias mas que à quarta foto a inveja lhes tolhe o dedo, e a alma invejosa, de uma maneira que quem postou a foto fica 15 meses em jejum de gostos dessa pessoa. Também se incluem aqueles que fazem um "gostinho" de vez em quando só para que não os deixes de seguir.

Depois há os que se não fosse o intagram nunca iríamos saber como são na verdade menos amigos que o Sr do café que vos diz bom dia todos os dias.

Aqueles que fazem um gosto sentido, uma vez por ano, e um outro por engano quando estão a tentar aumentar a vossa foto para ver aqueles 3 pêlos que começam a pespontar no vosso buço para poder vos chamar de porcas desleixadas. São também muitas vezes inexperientes nestas lides ou descarados sem vergonha. Aqueles que vêm todas as vossas fotos com lupa, procurando as pessoas com quem estás no reflexo do garfo que tens na foto. Os que tiram conclusões destorcidas sem o cuidado de vos perguntarem particularmente como vai a vossa vida e que estão no top das pessoas que mais vêm as vossas "intastories" mas nunca vos fazem um gosto.

Daqui, como sou uma rapariguita muito sensata, distingo bem as pessoas amigas que vão às redes sociais para aí uma vez por semana (sim, porque esta pessoa tem amigas da velha guarda e que não têm o vício no corpo como eu), aquelas que seguem aos milhares de pessoas e que há sempre uma ou outra publicação que lhes falha e as outras que não gostando de ver as minha fotos de peixe morto na banca da peixaria, passam a foto com muita rapidez (Também se alguma das minhas amigas pusesse imagens de touradas ficaria banida durante uma semana).


Engraçado, ou talvez nem por isso, como com a ajuda das redes sociais conseguimos catalogar os nossos amigos tão facilmente... Põe-me sempre a pensar em que tipo de sociedade nos estamos a tornar, cada vez mais enfiados dentro do nosso umbigo... Há pessoas que se enfiam tanto no próprio umbigo que um dia têm de voltar a nascer!


Até aposto que vou perdir uns 30 seguidores assim de repente.




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