Há coisas que nunca mudam... nem as, dolorosas, recordações de outras maratonas em cima de saltos proibitivos me demoveram de levar uns stilletos para Lisboa.
"Quem traz sapatos tão altos para a calçada de Lisboa!?" pergunta a Sónia algo incomodada com a diferença de alturas que isso implica.
À mesa do almoço, no buffet oriento-ocidental (sim, porque aquilo de Chinês já tem muito pouco) junto ao elevador de Santa Justa, o primeiro tema de conversa entre mim e as manas era as vantagens e desvantagens dos saltos. Com uma breve acesa discussão, ou melhor dizendo, acesa opinião concordante, das três, relativamente às Jeffrey Campbell (mas isso ficará para outras núpcias).
Num encontro ocasional com os primos Cátia e Rodrigo (epá que casal mais irritante de tão bonito e compatível) dizia a prima "vens com esses saltos para Lisboa?".
Quando me encontro com a Ganhão... "Porque não trazes umas sabrinas no carro quando vens ter comigo?"
Oh minha gente, mas que obsessão é essa com os meus pés? Se há gente que pode sou eu. E ontem a qualidade do sapato permitiu fazer alguns quilómetros sem que o sofrimento tenha sido muito insuportável... até ao momento em que um vão de escada no Chiado parecia uma visão de um sofá reclinável bem confortável e fofo.
Momento esse que, importa dizer, aconteceu após ter andado da Praça da Figueira à Rua do Ouro, da Rua do Ouro ao Martim Moniz, daí à Rua Augusta, depois um salto ao Chiado em direcção aos comboios nos Restauradores (aqui uma grande pausa para muita conversa e cusquice com a T.T.... que saudades que eu tinha!!!). Dos Restauradores à Benard (para leitinho quente), e ainda mais uma centenas de metros pelas lojas do Chiado.
Et voilá...
Ahhhh!!! |
O sorriso amarelo sofrido!! |
A verdadeira expressão de dor!!! |
O ar de "vamos lá!! Estou recomposta e
pronta para mais uma caminhada" (muito ao jeito Vitorino).
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A ideia seguinte era um jantar requintado no
Bairro Alto mas depois...
"Temos de ir! Eu nem gosto muito do Bairro mas toda a gente diz que é muito
fixe"
e eu "Eu também não gosto. Vamos mas é comer uma bifana nos
Restauradores!!"
"O quê?? Daquelas todas gordurosas mergulhadas naquele molho
rançoso?"
"Essas mesmo."
"Vamos!!!"
Mas não fomos. A bifana só se pode comer ao balcão... em pé. Levei a Ganhão
a conhecer a Cervejaria
A Berlenga. As bifanas são igualmente gordurosas e deliciosas!!
Mas perante um menú com pratos tão tradicionais e muito em conta, foi assim...
Uma de "Frango à Passarinho" para mim. |
E uma de "bacalhau à Minhota" para a Ganhão!!! |
A alternativa à baba de camelo a meias... um pudim caseiro delicioso!! |
Ainda rimos à gargalhada com o senhor que jantava ao nosso lado no balcão. Um senhor com mais de 70 anos, que notoriamente já tinha bebido mais que a conta (bastava olhar para a cor das suas bochechas que pareciam maquilhadas pelo blush mais rosado da Sephora) e que fez uma tentativa, no mínimo estranha, para nos engatar, segurando um molho de notas e depois de uma tosse bem inflamada puxar do mais profundo do seu ser parte do pulmão. Será que no passado isso resultava com as Lisboetas de pêlo nas pernas?!
Uma risota pegada... nada disfarçada (a taça de vinho verde não permitiu).
Sapatos, Uterque;
Calças, Zara;
Camisa de ganga, (herdado da cunhadinha);
Blazer, Zara;
Boina, (comprei no Oriente, como diria uma ex-colega sempre que comprava alguma coisa na loja dos chineses)
4 comentários:
estavas tão fofinha e a comidinha saltou-e á vista !
para a próxima terás mais sorte, é tudo uma questão de se ir na hora certa :)
Fiquei triste, mas logo que vi estes a minha alegria voltou. São tão lindos e não me arrependo nada de os ter trazido +.+
Pode ser que tenhas mais sorte que eu :p
Olá linda. Obrigada por comentares o meu blog. Acredita mesmo que os presentes caseiros têm outro significado. bjs
nice look!!!
Realmente saltos altos na nossa calçada ....Valente!! dá-me uma rua sem calçada e eu ponho o salto alto!
Tarde animada, fizeram vocês muito bem!!
:)
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