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12.3.16

Pessoas que "cabram". A ciência explica.

Tradução rebuscada, mas muito mais divertida que a literal, do título de um artigo científico sobre as consequências para a saúde daquelas pessoas que andam sempre a dizer mal de tudo e de todos.



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Das biologias, botânicas, bioquímicas, químicas, microbiologias e outras ciências da vida que estudei durante o meu percurso académico, o melhor que eu tirei foi como cada uma influência o nosso dia-a-dia. Por isso, este é um daqueles artigos que adoro ler. Daqueles que a ciência explica o porquê de certos comportamentos. 

Ora vamos lá tentar resumir a coisa...

Primeiro mito a ser desfeito: há muito boa gente que está convencida que dizer mal da vida, das pessoas e das coisas é uma forma de deitar cá para fora sentimentos maus para assim, se sentirem melhor. Errado! Na maioria das vezes "cabrar" (tradução literal do termo bitching) sobre a vida só nos faz sentir pior e ainda por cima é contagioso, fazendo com que quem ouve se sinta pior. Faz sentido, certo? A metáfora fantástica que o artigo usa para explicar é maravilhosa: "Cuspir raiva é semelhante a dar um peido num elevador. Parece uma boa ideia, mas é absolutamente errado."

Está então provado que queixar-se por tudo e nada é mau para quem se queixa e para as pessoas que ouvem as queixas também. 
Mas há mais! O desporto de "cabrar" é mau para o nosso cérebro e para a nossa saúde. 

Ora vejamos, no nosso cérebro há montes de neurónios, separados por espaços vazios. Quando "cabramos" há um neurónio que lança um químico para outro neurónio criando uma ponte por onde passará, através de uma descarga eléctrica, a informação do pensamento. O problema é que cada vez que temos um pensamento negativo esses neurónios vão ficando cada vez mais juntinhos como que a dizerem: "olha, chega-te lá para aqui já que esta tipa está sempre a pensar no mesmo e a gente esforça-se menos.". Na prática o próprio circuito físico do cérebro é alterado de forma a que o gatilho da "cabrice" seja mais rapidamente accionado. E ainda fica pior. Ter pensamentos negativos não torna mais fácil ter mais pensamentos negativos como aumenta a probabilidade de irmos na rua e só porque uma pedra de 5mm se atravessou à nossa frente lá estamos nós... a cabrar da vida novamente.

Pode piorar? Pode claro!
Se por um lado andar sempre acompanhado com pensamentos maus reprograma o cérebro para a negatividade, andar com pessoas negativas tem exactamente o mesmo resultado. Lá está "Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és.".
E é fácil de perceber... Quando vemos alguém a experienciar uma emoção (raiva, tristeza, felicidade...) o nosso cérebro tenta imaginar a mesma emoção de forma a tentarmos perceber o que a outra pessoa está a passar (é o que se chama empatia). Vai daí... o nosso cérebro começa a disparar as mesmas sinapses e lá vamos nós... Quando damos por ela lá estamos a cabrar igual. 
A dica? Até os mais básicos perceberão... rodeiem-se de pessoas positivas que reprogramem o vosso cérebro para o amor. 

E não é só a saúde mental que está em causa, na velha e irritável arte de cabrar. Parar dizer mal da vida é óptimo para a saúde do "corpitxo" também. Quando o cérebro começa a disparar de forma louca e desenfreada sinapses de raiva e queixume o nosso sistema imunitário entra em acção. Os tais polícias que patrulham o nosso organismo começam a gritar uns pelos outros como quem diz "Oh Antunes apresenta-te a serviço. Temos um 327 em progresso!". Vai daí aumenta a nossa pressão arterial, aumentando o risco de doença cardíaca, obesidade e diabetes e mais uma série de coisas daquelas mesmo mesmo más para a nossa saúde. E ainda ficamos mais burros (hum... há tanta coisa que agora faz sentido). Quando stressamos as nossas glândulas produzem cortisol às toneladas. Hormona querida que interfere com a capacidade de aprendizagem, memória, sistema imunitário, densidade óssea... tudo de bom... Não!

Eu até nem precisava de ler este artigo para saber que a felicidade do dia a dia só depende da forma como nós encaramos a vida e das pessoas que escolhes para te acompanharem durante o percurso. Por isso, se eu tivesses de pontuar o meu nível de felicidade, na maioria dos dias (sim, porque não há vidas perfeitas) escreveria "Muito Bom" no canto superior direito da página da minha vida.

 
Se quiserem ler na integra o artigo cliquem aqui.





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