A nostalgia é uma coisa engraçada... Há uns dias fazia um questionário para um mestrado de psicologia e tive de me deparar com questões sobre o quanto sou nostálgica. Acabei por me dar conta que grande parte da minha vida é passada em modo nostalgia. É raro o dia, na realidade não me lembro de nenhum, em que não regresse ao passado. Os momentos, coisas, pessoas, músicas... que se vão atravessando no meu dia transportam-me muitas vezes para aquele sentimento de saudade do passado - a Nostalgia. Acaba por ser sempre um momento reconfortante e não me queixo de ser assim mas tem piada tomar consciência de coisas que não me aperceberia se não me fossem perguntadas.
Agora, sempre que entro num momento nostálgico paro para pensar um bocadinho e apercebo-me como são momentos tão presentes e importantes na minha vida.
Deduzo que cada um de nós tenha gatilhos diferentes até para nos recordármos com saudade da mesma pessoa ou situação. Talvez para vocês seja o cheiro a bolo de laranja acabado de fazer, ou um programa de televisão na RTP memória, talvez o perfume dos sabonetes Feno, ou até passar por vós uma velhinha de lenço que vos leva para aquele momento de alegria com a vossa avó. Para mim, pegando neste exemplo, essa viagem acontece de tantas formas e ontem dei -me conta duma nova... arear panelas de alumínio com o esfregão Bravo poe-me em modo nostalgia. Mais... durante o processo de lavagem sinto-me estranhamente tranquila e satisfeita e pergunto-me se a minha avó iria aprovar o meu "areado". Apesar de me separar mais de uma década do momento de agora para o momento nostálgico consigo voltar a visualizar como era tudo naquela altura. A cozinha, os montes de tachos areados (quase transformados em espelhos), a mesa a meio do espaço, a cafeteira sempre em cima do bico do fogão, a bilha azul de plástico cheia de água, os armário de cozinha azul bebé debruado a branco, a dispensa tapada com um cortinado, a janela virada para o quintal e para a roupa estendida... consigo quase sentir o cheiro a sol a tocar no meu nariz...
Até aqui, já achava que a nossa infância tinha uma influência enorme na nossa vida de adultos. E por isso, sou daquelas que se insurgem com a falta de educação, irresponsabilidade e egoísmo com que tantos pais educam os miúdos nos dias de hoje. E nem quero imaginar como será uma sociedade de preguiçosos, mimados, sem amor ao próximo, sem respeito pelos mais velhos e sem regras, adultos meninos para sempre. Isto daria todo um novo post mas não me quero perder do assunto que me apeteceu conversar aqui hoje...
Chego assim a uma conclusão, aos 35 anos (tenho sempre que fazer contas para me lembrar da minha idade): O passado é o único tempo que está presente em todos os tempos. Passado está no passado, vive no presente e inevitavelmente estará no nosso Futuro. E isso é tão bom se tivermos pessoas, memórias e ensinamentos bons para recordar.
Até aqui, já achava que a nossa infância tinha uma influência enorme na nossa vida de adultos. E por isso, sou daquelas que se insurgem com a falta de educação, irresponsabilidade e egoísmo com que tantos pais educam os miúdos nos dias de hoje. E nem quero imaginar como será uma sociedade de preguiçosos, mimados, sem amor ao próximo, sem respeito pelos mais velhos e sem regras, adultos meninos para sempre. Isto daria todo um novo post mas não me quero perder do assunto que me apeteceu conversar aqui hoje...
Chego assim a uma conclusão, aos 35 anos (tenho sempre que fazer contas para me lembrar da minha idade): O passado é o único tempo que está presente em todos os tempos. Passado está no passado, vive no presente e inevitavelmente estará no nosso Futuro. E isso é tão bom se tivermos pessoas, memórias e ensinamentos bons para recordar.
E vocês? São pessoas tão nostálgicas quanto eu?
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