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18.12.13

Se não o amasse tanto namorado chegaria.

Tenho um dilema quase diário... como devo referir-me à pessoa, por sinal maravilhosa e linda, com quem partilho a cama, e todas as outras mobílias e divisões do lar?



Com os amigos mais próximos e familiares, é Rui para cá Rui para lá.

Com as colegas de trabalho, fui introduzindo gradualmente o nome e também já não tenho que me debater, tanto, com o dilema. Claro que não digo coisas como: "o meu Rui..." e já institui, no meio profissional, o termo marido.

Daqui para a frente é que as coisas se complicam... quando são desconhecidos ou conhecidos de circunstância é que é pior. 

Ao telefone com o apoio ao cliente da Edesa (por exemplo):

-  "Por uma questão de segurança, necessito que a senhora me diga qual o seu grau de parentesco com o titular do contrato."
- "Bem... vivo com ele." pareceu-me uma boa definição, melhor do que durmo com ele, né?
- Então é a companheira." conclui a simpática senhora.

Companheiro é mesmo a única forma como eu não me refiro a ele. Quando era pequenina lembro-me de ir acampar num parque de campismo onde toda a gente, mesmo quando não lhes era pedido nenhum tipo de saudação, teimavam no "Bom dia companheiro.", "Boa tarde companheiro" e assim adiante de acordo com a hora que nos cruzássemos. 
Fiquei marcada desde então.
Sim, é verdade que habitamos a mesma "tenda" mas companheiro recuso-me!!

Na maioria das vezes opto pelo termo marido mas no fundo do meu pequenino cérebro fico sempre à espera que me perguntem se sou casada. E tem alturas que uma vozinha ainda me sopra ao ouvido "Estás a mentir, sua malandra."

Namorado é aquela coisa que parece que já não chega para o caracterizar. Quando o trato por namorado tenho sempre a imagem de que vivemos em casas separadas e que nos encontramos para namorar mas no fim do dia cada um segue o seu caminho. 

Assim concluí-se que ele é meu namorado mas muito mais do que isso e que quando o trato por marido só não o é porque oficialmente não somos casados.

Vai-se a ver a culpa é toda dele... quem o manda ser a melhor pessoa do mundo para mim? Se ele não me amasse tanto facilitava-me tanto neste meu dilema.

Amá-lo menos não consigo, por isso namorado, daqui para a frente, deixa de ser opção.

Os votos matrimoniais implicam prometer, no altar, estarmos com o outro na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-o, respeitando-o, sendo-lhe fiel todos os dias, certo?
Então, como todos esses pedacinhos já são uma realidade da nossa vida em conjunto, eu, pelos poderes que me foram concedidos pelas borboletas que nos fazem cócegas na barriga, declaro-me mulher do marido mais perfeito do meu mundo inteiro.

E era só isto que eu tinha para dizer hoje.

4 comentários:

Algodão Doce disse...

Linda na minha opinião pode bem ser marido. Se vivem juntos e partilham tudo, o que é senão marido.
Sou da opinião que um papel é apenas um contrato nada mais. Algo que serve só mesmo para oficializar o que já está mais que oficializado.



Bj linda!

Something about details disse...

E assim se celebra o matrimónio que a boca de chicharro apregoou.

anabela disse...

E assim se deixa alguém de lágrima no olho... e por tudo isso e por outro tanto o meu obrigada ao Rui por fazer tão feliz a minha menina! Que esse amor que vos une seja sempre, imenso e lindo!

Elix disse...

Deparo-me com o mesmissimo problema, com a "agravante" que temos uma filha em comum. Por isso desde que ela nasceu, digo sempre marido (para não parecer uma mulher que tem um filha com ninguém :) ) mas a verdade é que apesar de não termos assinado um papel ele merece o titulo de marido. E como lhe costumo dizer "tens que gramar comigo, não casasa-te mas atravessaste-me o sangue" :)