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12.6.15

"Não sejas uma ave rara."

Ainda há gente, normalmente as que fumam, que finge acreditar que fumar não aumenta o risco de doenças cardíacas ou oncológicas ou que o consumo de tabaco não é uma das causas do aparecimento da asma infantil e dos partos prematuros. Esses, são aqueles que têm sempre uma história dum avô que fumou a vida toda e morreu aos 99 anos ou dum amigo dum amigo que não fumava, não bebia e fazia 5 horas de desporto por dia e morreu de cancro do pulmão. E depois, há os outros, os que não fecham os olhos à realidade, que há muito perceberam que a inalação, activa ou passiva, das substâncias tóxicas do tabaco é meio caminho andado para desenvolvermos das mais nefastas e mortais doenças. Mas se nós adultos estamos conscientes desta realidade já não se pode dizer o mesmo de uma parte, ainda muito grande, dos jovens portugueses.

Os jovens entre os 15 e os 25 anos são o grupo de risco onde é mais expressivo o início do consumo do tabaco. O que, para quem já foi adolescente sabe bem que é uma idade crítica. A idade em que a curiosidade está lá nos píncaros e, pior, a idade em que queremos agradar aos amigos ou ao grupo onde estamos inseridos. Pode começar por brincadeira mas acabar por essa uma brincadeira que nos acompanha para o resto da vida.

A primeira vez que experimentei um cigarro não devia ter mais de 7 anos... calma... curiosa apanhei a beata que a minha mãe deixou no chão do quintal e... ia morrendo. Lembro-me perfeitamente do sabor horrível e da tosse compulsiva que se seguiu.

Mais tarde, muito mais tarde, lá para os 17 anos lembro-me de em jeito de brincadeira tirar um cigarro do maço da minha amiga e tentar fumar. Era um momento engraçado, em que punha a malta a rir. Sorte a minha que o tabaco continuou a saber horrivelmente mal e a fazer-me tossir compulsivamente. Daí que, apesar de detestar tabaco, consigo pôr-me no lugar dos miúdos que hoje começam a fumar por brincadeira, porque o amigo também fuma, porque acha que é fixe... Daí que, ache que esta campanha tem uma linguagem que faz todo o sentido para a malta nova.



Ser fixe é pertencer aos 75% de jovens portugueses que não fumam.

E eu ainda lhe juntava as seguintes informações: 

Rapazes e raparigas, os xoxos, beijos, linguados e apalpões atrás dos pavilhões sabem tão melhor entre namorados que não fumam. 
Rapazes, as raparigas detestam beijos de cinzeiro. E não, as pastilhas não ajudam. 
Rapazes e raparigas, o cabelo e a roupa de quem fuma cheira sempre, sempre, sempre a tabaco e quando põem perfume o cheiro ainda é pior. 
Raparigas o tabaco é o principal inimigo da vossa pele... Se gostam de poros dilatados, pele baça e cinzenta então continuem nas fumaradas. Ah sim... quem fuma envelhece muito mais depressa... umas 2 vezes mais depressa.
Raparigas, o dinheiro que gastam por um maço de tabaco, por semana, daria para comprarem, ao final do ano, no mínimo €216 em roupitas na Zara. E se formos a contabilizar as pastilhas elásticas, para disfarçar o hálito, e o perfume usado aos litros, para disfarçar o cheiro da roupa devemos chegar, facilmente, aos €400 ao ano.

Raparigas, querem ser diferentes e fixes? Pintem os olhos de preto, com quilos de kajal, e vistam umas collants todas rasgadas ou peguem numa prancha e aprendam a surfar, por exemplo.

Rapazes, querem ser diferentes e fixes? Rapem o cabelo, dum lado só, e ponham um piercing no nariz ou ponham-se em cima duma bicicleta e façam umas acrobacias num skate park, por exemplo.

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