Aquele puré dum verde perfeito é um puré de favas, debulhadas pelas minhas mãozinhas e oferta duma colega de trabalho do meu Rui que sabe o que eu gosto de ingredientes da época (obrigada Paulinha).
"Nhac!! Nem quero saber que detesto favas!"
Esperem, não vão embora já, dêem uma oportunidade a esta receita. O meu Rui comeu favas e nem deu por ela... Ih ih ih!!!
Dizia ele ontem à noite, quando referi o puré de favas do almoço: "Favas!!! Espera lá... sua cabra..." (daquelas cabras anãs fofinhas e carinhosas que todos gostávamos de ter)..." Por essa altura já eu me estava a rir à gargalhada com jeitos de bruxa má da história da Branca de Neve.
"Aquilo era de favas?! Enganaste-me! Eu não gosto de favas!!".
"Ai sim? E gostaste ou não gostaste?"
"Gostei, estava muito bom."
"Pois..." Erguendo os olhos em direcção à testa como quem diz sou um espectáculo!! E toda contente por ter conseguido fazer o Rui comer leguminosas que fazem tão bem à saúde.
O truque? Nunca falar a palavra favas, dar-lhes muito sabor e descaracterizá-las. Assim, como o Jaguar que passou a acelerar por vós e afinal era o carro da Brigada de Trânsito.
PURÉ DE FAVAS e pozinhos
ingredientes:
Paínho do bom (6 rodelas)
Gengibre (uma porção a gosto, não mais que 1c. sopa)
500g de favas, já descascadas
3 c.sopa de manteiga sem sal
leite (1 chávena chá)
noz-moscada q.b.
pimenta
sal q.b.
preparação:
Fatiar 6 rodelas grossinhas de paínho, dispo-las num pirex e salpicá-las com gengibre ralado. Levar ao forno a 160 graus, previamente aquecido.
Depois de descascadas as favas, escaldá-las dando-lhes um duche com água fervente e escorrendo-as no escorredor. Colocá-las a cozer em água previamente fervida e temperada de sal. (É importante que assim o façam para manter a cor verde bonita das favas.)
As favas da época cozem num instante (estão cozidas quando as picam com a ponta da fica e elas não oferecem resistência). Em 20 minutos estão prontas.
Escorrer e deitá-las para dentro dum robot de cozinha.
Acrescentar o leite quente, a manteiga, a noz moscada e a pimenta.
Bater tudo até obter um puré.
Levar ao lume brando rectificar de sal e se estiver muito espesso acrescentar mais um pouco de leite quente. Reservar.
Atenção: Se as favas forem muito tenrinhas o puré fica praticamente pronto após ser batido no robot de cozinha. Caso contrário, as peles terão de ser separadas do puré fazendo passar o puré por um passador (como aconteceu comigo). Se quiserem evitar este passo descasquem previamente as favas. Nada de servir o puré com casca dura porque será uma experiência sensorial idêntica a comer sopa de alho-francês velho ou feijão verde cozido com fios.
Entretanto retiraram-se as rodelas do painho do forno, agora estaladiças e com as beirinhas meio queimadas, deixando-as arrefecer e cortando-as em pedacinho estaladiços. Reservar a gordura que se libertou para o pirex.
Dispor, sempre (se for para os enganar), o puré no fundo do prato, salpicá-lo generosamente com o painho estaladiço, colocar por cima um bom pedaço, ou pedaços, de carne de codorniz (frita), frango (frito), borrego (grelhado) ou porco (grelhado ou frito), salpicar com a gordura do painho que reservámos anteriormente e acompanhar com arroz para completar o teor proteico do prato.
E agora, já estão os que adoram toda a comida a esfregar as mãozinhas e a pensar quando irão fazer a receita. E estão os "saudáveis" a dizer: "Aí que os chouriço e a manteiga fazem tão mal!! E tem lactose e tem glúten e tem gordura!!! Pois tem isso tudo que a cozinha é minha e eu é que mando no que como. E uma coisa é certa antes arranjar uma opção um bocadinho mais gordurosa e deliciosa duma excelente leguminosa que fazer sempre batatas fritas.
1 comentário:
Fui bem enganado :)
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